terça-feira, 21 de agosto de 2012

Poesia, a mais humilde das artes.


Quem nunca se pegou "viajando" ao se deparar com uma boa poesia? Toda aquela magia em forma de versos, ás vezes até acompanhada de alguns acordes que nos fazem, por um instante, nos sentirmos afastados de uma realidade que não gostamos.
Mas como definir o que é a poesia? Vinícius de Moraes recomendou: "Troquem-se tijolos, ponha-se o poeta, na quádrupla função de arquiteto, engenheiro, costrutor e operário, e aí tendes o que é poesia". Parece exagerado, vendo do ponto de vista do poeta, mas escrever cria e dá forma ao transitório, faz o inimaginável, próximo, traz o contraditório, que perambula no vazio, para perto do espírito.
Ela sempre está acompanhada à liberdade de expressão, de pensamentos e de tudo aquilo que sentimos, somos ou que queremos ser.
Não podemos deixar de citar também os Salmos, os Cânticos, os Provérbios e os demais livros, chamados, poéticos presentes na Bíblia, inspiradas por Deus e úteis, mesmo depois de tanto tempo, para nos inspirar todos os dias.
E como afirmou Vinícius de Moraes: "O material do poeta é a vida, dissemos. Por isso me parece que a poesia é a mais humilde das artes"
Então viva, deixe essa arte fluir de você, inspire-se, crie e mostre-a!






Não precisa abrir o Mar / Juliana Rodrigues.

Não estou indo em direção ao escuro
Vejo tudo claramente
Eu acredito mas não confio
Há alguma relação?

Não vejo rebeldia, Senhor
Vejo chama ardente
Mas o fogo não prova
Ele queima e me prende

Derrete meus sentimentos
Deforma meus pensamentos
Transforma minhas expectativas
Em um grande montão de cinzas

Não estou indo em direção ao escuro
Há lâmpada para os meus pés
Há trevas a minha volta
Há alguma comunhão?

Só vejo acusação, Senhor
De quem deveria amar
E a voz da experiência
De quem não sabe falar

Palavras que deveriam suster
Derrubam pela forma de dizer
Cortam o coração já em pedaços
Não estreita, mas desata laços

Não estou indo em direção ao escuro
Meus pés não saem do chão
Não acredito mesmo vendo
Há algum explicação?

Ficou tudo mais escuro, Senhor
Foi a chama que apagou
Consumiu sem piedade
Até que nada restou

 Os sonhos que entreguei
O quanto me dediquei
A pureza que ninguém viu

Também no fogo se omitiu
Não estou indo em direção ao escuro
Não esboço qualquer ação
Para aquilo que se extinguiu
Há alguma solução?

Se até aqui não foi Contigo, Senhor
Já não sei o que pensar
Se até aqui me enganei
Não quero mais me enganar

E como Esaú a procurar
Não encontro esse lugar
Não sei se sei me arrepender
Suponho escrava ainda ser

Não estou indo em direção ao escuro
Ainda sigo meu coração
Para os que estão nesse lugar
Há alguma canção?

Cante-me essa canção, Senhor
Com um presente tangível
E fale-me de um futuro
Sem que pareça impossível


Ressussita-me a paixão
Faz bater no coração
Transforma o luto em festa
Pois Tua bondade é o que me resta


Não estou indo em direção ao escuro
Mas ficou embasada a visão
Para quem não enxerga a regra
Há alguma salvação?


Não solta a minha mão, Senhor
Se não posso afundar
E a minha fé que é pequena
Pode até naufragar


Não precisa abrir o mar
Nem precisa o Sol parar
Só ameniza a minha dor
E traz de volta o primeiro amor



 Caso queira ver mais um pouco disso tudo, não deixe de ver isso aqui.

http://nossabrasilidade.com.br/ (Marcos Almeida)
http://www.ricardogondim.com.br/ (Ricardo Gondim)
http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/

Equipe Mostrarte/IPR

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